terça-feira, 30 de março de 2010

Eles

Sento-me, respiro fundo e olho o relógio, devia sim ter saído de casa mais cedo e ter chegado mais cedo, penso em como seria se não me preocupasse tanto assim com a aparência. Teria chegado mais cedo, sem dúvidas.
Aperto um botão, o computador apita e está na hora de abrir cada pacote, cada folha, cada palavra e dar uma bisbilhotada nas sentenças. Questionar se existe cura, se existe dor, se existe o que comer e se existe o que lhe falta. Penso que foi bom chegar mais tarde. Por trás de tantas folhas, pacotes, certidões, palavras e números, existe as coisas mais fantásticas do mundo, existem seres humanos. Não um caso, uma sentença, mas uma mente.
Questionar.
E penso que foi bom chegar até aqui, onde poucos sabem o que é, realmente, estar aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por esses dias passar significa suportar cada vez mais: por vezes uma ausência e por outras suportar a presença. Existe medo do mundo com todos os seus becos, ruelas estranhas, passagens e saídas que não levam a lugar nenhum. (Ou levam?)
Suportar vira rotina.
Esbarra, sente, ameaça, ultrapassa, voa.

terça-feira, 16 de março de 2010

Que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando.






Cfa.

domingo, 14 de março de 2010

@ressacamoral

Você acabou com a minha possibilidade de dor, mas ainda dói. Ontem ele me agarrou, juro que não queria, mas não consegui, a possibilidade de dor voltou. Eu vi outro raio que partia o céu quando pensava em nós e te contei tudo pela manhã. Mas nem existe o que dizer mais, e tantos porquês não tem mais lógica.
Me arrancaram algo precioso, disposto e surreal, eu queria ter o poder de lutar, e guardar aquilo tudo pra nós dois, em vão. Nossa possibilidade de dor. Tantos planos e feitos de açúcar, muito doce e chocolate, como me pedira de manhã, e só assim pude sorrir o que não sorria em meses.
Abaixa, pensa como tudo foi, dois anos e eu ainda te amo, que fantástico.
dor, dor, dor,
Caio F. Abreu que me salve disso tudo.
Digo,
que NOS salve, melhor:
Justificar
Que nos cale.







segunda-feira, 8 de março de 2010

09/03/2010 - 00:01

Sonhei com coisas que na lógica não fariam o menor sentido, sonhei com a maneira menos óbvia de encaixar as coisas e de pensar. Acordei desesperado querendo ainda que aquilo tudo se tornasse sentido compulsivo, algo que impunha sobre eu mesmo.
- Autoridade própria, um mero toque de vida.

Uma criança me chamou e então enxerguei por dentro tudo o que restava, mas nem restava algo, o inteiro de tudo ainda estava lá - intacto a espera de um sopro de paz - um sopro de vida morna e voraz.

Ah, se eu soubesse ainda o que se passa dentro dele, nas estrelas e nos sonhos...

É um sonho,
meu presente, passado e talvez futuro, mas ainda tenho medo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

1.8

é, eu creio em milagres, se eles o que vai salvar? o que vai fazer existir e insistir?

Há pouco olhei o céu e vi as luzes que brilharam a milhões de anos atrás, acreditei que uma pequena e singela luz ainda brilha dentro de mim, por passar esse tempo todo pensando em uma só coisa.
Lembrei pausadamente das noites famintas, de coração valente e das noites de choro, de solidão funda-sombria... e acreditei em um milagre.
Meu sentimento agora é abgnação ao que acontecerá amanhã, enfim a resposta por mais que possa parecer pior. Ela (in)certa por eu saber tudo que vai acontecer,
e por mais que possa parecer patético,
eu peço

'um milagre'