domingo, 25 de outubro de 2009

Menores doses.

Tinham muitas mortes nos sonhos, despedidas intensas, choros soluçados e nada mais.
Houve também encontros ousados, felicidades inesperadas e nada mais.

Sabe, existe uma espera que você está disposto a sofrer. É, sofrer. Porque esperar independente do tempo dói muito e a dor aumenta ainda mais o que você sente, seja bom ou ruim. Intensidade. Doer do bem.
Um dia quando você põe fim a espera parece que ela não valeu tanto a pena, ou que era apenas uma ilusão, um mero sonho de criança ou um brilho qualquer nos olhos. Nada de se entender. Utopia.













Silêncio pra mim dói e não dói, é bom, é espera, existe nostalgia e expectativa, parece um diminuto diamante do que vem depois.

[e] Nada mais.



Ar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rg.

Não, eu não me encontrava satisfeito naquele momento.
De qualquer maneira eu esperava um sinal, uma pausa de medo e sucessão de acontecimentos, quem sabe eu andaria por uma rua escura e nua quando de repente você chegasse num carro preto jogasse ele contra mim e parasse bruscamente pisando forte nos freios e tampando a minha passagem. Eu esperaria em pânico até você abrir a porta e me gritar centenas de vezes pra entrar, então viria a chuva esconder minhas lágrimas e eu entraria pra ficar junto a seu peito.
Seria mais que bonito de se ver ou fazer nessa hora tardia demais, eu patético e em silenciosa espera. Eu a balbuçar que essas ausências me ressecam muito por dentro, que eu queria seu lado, seu calor, nossa libido.
Mas o que me resta por enquanto é inventar o nosso encontro, nada mais.

ar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

É meio que assim, você some de tempos em tempos, e essa espera, creio, fica mais dolorosa, sim, até o ponto que me sinto do seu lado, durmo do seu lado e respiro o mesmo ar presente...
Sonhos,
é esse extremo que me une a você, um pouco longe,
loucuras, eu até faria, mas, sei lá.
Independente do que eu penso e do que existe entre nós, eu te amo, melhor contar o que temos dentro do peito, é assim.

<G3 eu amo você


Ar.

sábado, 17 de outubro de 2009

Quando chegar a hora de partir

— Você compreende, não é, mamãe, que eu não posso gostar de você deste mesmo modo a vida inteira.




"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer."
(Clarice Lispector)




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Cidetismo,

capacidade de projetar no campo alucinatório as imagens inconscientes.

É isso, esse pedaço marcado na mente escondida, esse laço apertado que ainda insiste em folgar, dar brechas pra coisas indefinidas.
O que sente acaba virando um extremo de loucura sã.

sábado, 10 de outubro de 2009

Quase

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você."


Sarah Westphal

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

time

Faz bem imaginar que alguém possa te buscar no ultimo segundo e te salvar te tudo.






;*

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não se vê

Amor devia ser a possibilidade de depois que nos casarmos poder ter um cachorro, ora pra lhe dar comida, fazer afagos e ora dar banho e superar a sujeita à nossa volta. Mesmo sentimento de alumiação no rosto (cara de bobos) quando talvez seu sobrinho nasce ou seu irmãozinho consequentemente mais novo.
Mas há
controversas seríssimas.
Claro que quando se ama existe uma dor que a certo ponto pode ser incurável se você não usar daquilo que te faz sofrer (daquilo que te faz ter essa dor que não cansa) para que você ama. Complexo demais.
Devia ser óbvio demais antes dos 15 entender de amor, depois dos 16 viver amor e logo aos 25 morrer de amor.

Pois então que venha de amor mais simples que um cachorrinho novo, ou um bebê, que venha o amor como: Substantivo simples e abstrato

domingo, 4 de outubro de 2009

Vai dar merda. Eu sei.

O que há de saber o que existe entre o vão de palavras que são subsequentes e enfáticas? Quanta ironia concessiva e árdua ei de se expressar, com esse cardume de indagações hostis?
Ao bando de dementes que não sabem por qual razão existe a alma e nem por onde acabar e seguir para morrer-se.
Sonhar, morrer... dormir.
Dormir novamente, sonhar e morrer. Coração idiota que ainda pesa os extremos, os opostos e os iguais.

sábado, 3 de outubro de 2009

esquina .

Ouvia- me no espelho dizendo coisas, eu era ousado, havia o viscoso em meu sangue e eu latejava por mais, quando ele chegasse eu estaria pronto, estava pronto pra qualquer coisa, esperava mais.
Minha mente estava calcificada em algo sutil, porém verdadeiro, era o desejo que me corrompia a alma e fazia delírios salutares de prazer.
Vozes, são apenas o que ouço em minha mente, disperso, indeciso, formoso e me sentindo aliviado do peso de tudo.
Algo viscoso, mas duro, que fazia/faz meu coração bater .

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O próprio sonho não passa de uma sobra. - Cena II, Ato II - Hamlet

- Pegue isso e beba, não se ressalte pois pode ser pior. Conclua depois que te livrei da dor mental e terrena, que dilacera a alma, e a troquei por um copo viscoso de algo tinto e marcante. Não me venha dizer que lhe fiz por mal, pois mesmo nas minhas horas de loucuras eu aceitaria isso para não me ver vergonhosa-mente sedento mais infame e decadente de minha percepção ilógica-racional, que ao menos daria sentido próprio.
- Não, Senhor, olhai e veja o quanto sou merecedor disso...
- Só os vis não sabem do sabor que clareia qualquer coisa e me resvala os pensamentos.

Havia luz nos seus olhos... nos que andavam tavernos demais.




A todos, teu ouvido; a voz, a poucos; ouve opiniões, mas forma juízo próprio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

lá vem .

Tinha um tempo resolvido para dizer coisas que eu pensava sem parar, gostava além de tudo de monitorar e quem sabe até guardar cada sensação e um pensamento estranho. Cada período de sentimentos eu tinha um sonho, um dia viajar durante horas céticas para encontrar alguém [in]certo do outro lado do oceano (ou do meu oceano - havia um abismo entre mim mesmo -). De certo modo algo maior agiu dentro de mim, me expeliu como um feto mal desenvolvido e me mostrou na cara a verdade, não digo que foi ruim, mas eu pude ver realmente o abismo que existia. Era melhor que uma parte mal resolvida.
Claro que mais tarde sugiram muitos e muitos outros em o que realmente pensar, eu estava satisfeito de agir assim, e esperar um outro, quem sabe, bem mais tarde.
Esperar a noite toda para dizer se está tudo bem.