sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dois anos que eu lembro ter vivido .

Naquela noite de outubro eu não esperava nada, apenas corria para casa em um estado de graça, sem pudor, com um gosto de beijo não dado na boca que me era a coisa mais intensa que eu havia começado a sentir. As estrelas me olhavam lá de cima, eu agradecia a cada poeira no caminho por aquele pedido tão estranho, que nunca tinham feito, assim, na minha frente. Eu ria da cara de minha mãe que estava transtornada com aquilo tudo, e ainda mais das palavras que meu irmão balbuciava e que me deixaram em êxtase supremo.
Pela primeira vez eu corria pelas ruas com desejo, peguei de súbito o telefone e liguei pra uma amiga e contei tudo, cada detalhe, cada palavra. A feição de ver de longe alguém que te queria, e a sensação de dizerem o contrario do que você transparecia. Fiquei horas falando sobre isso. Nunca dormi tão contente esperando por um novo dia como naquela noite.
Fui embora olhando para trás, esperando que ele me seguisse por essas ruas tontas com sua garrafa na mão a me agarrar, eu esperava, por mais vulgar que seja, que ele me encontrasse e me arrancasse uma vez o coração e deixasse mais do que um simples beijo...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

So this is christmas, and what have you done ♪

'Então é Natal e o que você tem feito?'
Essa música de John Lennon tem me batido na cabeça por toda essa semana depois que li uma matéria na revista Veja que dizia que as pessoas ficam mais depressivas, e coisas do tipo, nessa época do ano e o que você deveria fazer para amenizar esse sofrimento e até mesmo reconciliar com pessoas distantes. Mas o mais fantástico de tudo foi mesmo eu pensar por alguns segundos, por toda essa semana, o que eu fiz, e perguntar às outras pessoas o que elas fizeram.
Sei que não fiz muitas coisas notáveis por meus tempos de chances partidas ou minha falta de sanidade, mas sempre que eu pude fiz coisas, que pra mim foram essenciais. Pensar na vida de um modo diferente, construir pontes ao invés de muros altos, como as pessoas hoje tem feito, e começar a ser feliz pacificamente.
Foi um ano de muitas conquistas, muitos gritos, choros, medos, alegrias, sofrimentos e um ano de muitos sorrisos. Posso dizer que o que eu tenho feito, apesar de tudo, é sorrir, cada vez mais e maior, e sentir não mais nostalgia, mas a euforia de ter comigo as pessoas que mais me amam e as de que preciso.
Entre cortes, feridas, despedidas, beijos, corações, amores, paixões, famílias, amigos, cartas, letras, palavras, frases, livros, felicidades clandestinas, encontros inventados, escolas, falta de tempo, banhos, diversões, choros, velas, músicas... Eu tenho comigo o que é de melhor - a gente tem crescido.

A qualquer distância

- Mas você sabe o que isso quer dizer, né?!
- Não sei, não tenho muita certeza das coisas que eu acabei de ouvir. Queria estar longe agora, na verdade queria estar perdido...
- Mas perdido, assim, dentro de você?
- Não sei, me dá um abraço e depois me diz que aquilo tudo não passou de um sonho...
-Okay, um mero sonho e eu chorei, acreditei em tudo. Mas por favor não deixa isso tudo se perder, virar poeira nesse noite escura sem estrelas. Espere pelo menos a nossa lua chegar, aquilo é tão real.
- Não posso, preciso negar tudo, tudo mesmo [...]

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

But .

Uma garrafa, nada mais, ali te esperando, chamando seu nome e a dizer que é preciso beijá-la engolir tudo e depois pestanejar o que ela diz, o que pensa, beber-lhe a alma líquida que voraz te domina. A garrafa que faz-te chorar, sorrir, brincar, brigar, que te tira a vida, que te desmancha por dentro e consola o amor.
Existe dias, noites, tardes. Você passa a pular o tempo e a não contar...

"Por que empalideces, Solfiere? A vida é assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões, vive-se então a seiva do futuro, Depois envelhecemos quando chegamos aos trinta anos e o suar das agonias nos grisalhos cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces, as nossas esperanças oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se banha antes de dar a sepultura! miséria! loucura!"





But why should I for others groan, when none will sigh for me?
Childe Harold, I.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A saudade

Olhar a estrada, sentir o fosco de terra molhada entrando em seus pulmões. Qualquer aventura já alimenta um coração que bate e sangra se apertado demais. Existem coelhos a correr e pássaros a voar durante uma longa noite, existe ainda mais na sua cabeça tonta de tanto inventar encontros.
Suor, lágrima, sorriso,vento, qualquer alegria já basta. E o perfume que não acaba.

O desejo você engole, no fim dá certo.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Date: Thu, 23 Oct 2008 00:31:05 -0200

Não sei se serei visto como um idiota dizendo o que eu estou sentindo aqui dentro, me arriscarei ao máximo e não deixarei isso simplesmente passar, não farei força pra esquecer.
O que eu posso dizer além do sorriso mais lindo que já vi até hoje? Que essa maneira real de ser me conquistou realmente e que tudo que eu prezo agora é esse sentimento. Não sei o que está acontecendo, as coisas passaram a acontecer cada vez mais dentro de mim, mas sei que não é um erro.
Estou precipitando demais, talvez sim, talvez não, mas no fim tudo vale a pena, né ?!
Confesso que não esperava esse sentimento de sofrimento agonizante dentro de mim, e que minha intenção não era amar dessa maneira, quero ser claro, mas nem um pouco objectivo... Queria deixar as coisas rolarem, estava tudo bom quando comecei a te conhecer.
Sinto sua falta, não sei por que, mas a cada instante que passa sinto mais a sua falta, a falta de uma palavra sua, a falta de ter você do outro lado da tela, a falta de um simples "Boa Noite" que sempre me dizia e que me fazia tremer por dentro. Saudade estranha, mas é coisa do coração.
Desculpa, mas estou amando você...
Você faz minhas noites em claro, você que me faz sorrir o resto do dia, é por você que eu rezo toda noite antes de dormir e peço que o tempo passe depressa, pra que eu possa te encontrar. É difícil explicar os sonhos que eu tenho, as sensações de harmonia que você me trás e tudo que eu escrevo pra essa solidão passar.
Desculpa, espero que não tenha se assustado com tudo isso que eu escrevi pra ti, e também espero que não se afaste de mim por tudo isso que eu estou sentindo...


De seu maior admirador:
Alessandro Ribeiro

Gonna be okay

Não, é apenas um objeto. Aquilo que corre, deita e chora por ti, aquilo que quer ter o mínimo carinho em vida possível para guardar por toda essa eternidade frágil.
Ainda sente o cheiro, o beijo de cada lábio dado, cada noite encostado acariciando o rosto e um sorriso. E de repente espera mais, mais que um beijo dentro de um carro em movimento nos movimentando para a perdição, mais nada. Cada carícia um calafrio, cada vez um torpor, cada toque a sensação que vai perdurar, mas que também vai se perder como pó algum dia, alguma hora - essa noite.
Apenas objeto, que está ali parando enquanto acaricia outros, tenta beijar outros, fala com outros e despreza. Corre, grita, vai no banheiro e chora. E finjo satisfação.
Sorri, senta na sacada, pensa que tem história e diz que no começo estavam felizes, antes da festa começar, mas que depois por alguma razão isso se foi.
"E você que queria tanto...".

Nada de romances, que isso fique bem claro, mas quero você por lá.

Vai pra casa, faz tudo o que não devia fazer e volta para o lugar de onde não devia ter ido. Procura, grita, corre, vai e depois volta. Decide como num passe de mágica o que é melhor, porém vai doer, vai contrair, vai se esmagar como um aborto dentro de você mesmo. Aquela coisa vomitada.
E aceito todos os cigarros, as bebidas, as drogas, os telefonemas dos amados, dos amantes, dos amigos, dos apenas-sexo, tudo mesmo. Exerço meus mais sórdidos limites só para ver aquele olho que não me sorri, aquela boca que não me quer, aquele corpo que me abraça, que me coloca em tentação e depois recua. - Só quero estar perto em estado de admiração...

No fim só é cada vez mais preciso aquele que te beija,
que te afaga,
que te chora,
que te grita,
que te despreza

e de que não te ama.

domingo, 13 de dezembro de 2009

15/12/2009

E é de extrema essência que as coisas fluem como sempre fluíram. Quando aos poucos meus aniversários deixaram de ser uma coisa feliz e se voltaram para a penúria de um dia normal, apenas.
Preciso - exatamente preciso - de tudo aquilo que me retém de uma forma tão inteira e interna que me causa um estado de fascinação, um estado de êxtase, e é algo vivo, e por não estar morto, se remexe dentro de mim até que me faz sentir dor, e dói. Até que me faz sentir alegria, e sorri.
Mas não por assim dizer, os fins de tarde são os mesmos, os ventos que tocam na minha boca são os mesmos, o que muda apenas é aqui dentro, os sonhos. Inquieto e desesperado como se fosse me acabar naquela perdição, sonho.

Nada mais...





Anotações sobre um Amor Urbano

'Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só essa vontade quase simples de estender o braço pra tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nessa janela, já dissemos tudo o que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação, impressão, ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e com a ponta dos meus dedos tocar você, natural que seja assim: O toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora.

Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha pra mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi pra saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá dizer: Não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelho, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos.

Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. Sei porque perdi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida.

Corre, corre. O número do telefone dissolvendo-se em tinta na palma da mão suada. Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoa enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu olho. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta, e você me leva para Creta Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. O telefone toca três vezes. Isto é uma gravação deixe seu nome e telefone depois do bip que eu ligo assim que puder, ok?

O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos pra naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos marinhos, sargaços. Minhas mãos escorrem pelo teu peito, gramados batidos de Sol, poços claros. Alguma coisa então pára, as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui no fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia noite em ponto. Quero fazer um feitiço pra que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse me jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não esta completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãos invisíveis pelos quatro cantos do quarto.

(...) Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento aonde viemos dar. (...)'




Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Hold me and love me

Essa noite uma única estrela brilha no céu, espero que seja Vênus, brilha como nunca brilhou diante do céu nublado e o ar com cheiro de terra mofada, poeira terrena. Não mais pensarei nos distúrbios horrendos que venho admitindo nesse cálice de vida, seco e que me deixa pensar que numa noite celebre o melhor a fazer é chamar aquele seu 'amigo' que voltou de viagem, ou melhor, implorar para aquele amigo seu que voltou do trabalho para saírem juntos 'curtir' a noite com um destilado em cada copo de um bar e transarem na relva ao amanhecer. Mas ele não quer você, as vezes só tem admiração, tesão mundano, e não quer saber de mais nada, e os beijos que você ganha dele são os melhores que você já sentiu em toda a sua vida clandestina, passando de namorados em namorados que no fim acabavam te despedaçando o coração.
Nessa noite de uma única estrela ouço os carros passando em frente a minha casa, espero um ruido sequer de afeição para mim, enfim, encontrar o rosto do cara lá fora, na janela do carro com os ruidos estridentes e arriscar um verso como:
'I wanna kiss you
But if I do then I might miss you, babe'
Mas no fim tenho ainda mais medo de passar a ser mais uma aventura clandestina, dessas que ficam na memória e você pensa em todo sábado solitário e nublado na sua casa ouvindo canções que te lembram ainda mais tudo que aconteceu.
Tudo bem, eu vou deixar de lado esse pessimismo bobo e perguntar, ou seja, me abduzir de tudo e tentar ter uma grande história, sem encontros inventados ou vontades deixadas de lado na última hora, nem sumir de vez. E é bom repetir sempre:

'I wanna kiss you
But if I do then I might miss you, babe...'

30

Ele tinha trinta anos, talvez a idade de ser feliz, ter filhos, sair com a mulher ou transar longamente com qualquer um em uma sexta-feira a noite. Mas não, trinta anos é sua idade existencial, pesa o sexo, a presença, os encontros, pesa agora do que foi feito e o do que será daqui em diante.
Pronto, fica triste, seu álibi não esta quando precisa, está distante e ousa em ligar e convidar para tomar um bom vinho e depois cama. Claro, transar longamente com qualquer em uma sexta-feira a noite. E não, sequer imaginar em ter filhos, mas quem sabe, podia adotar um.
Decidir-se, como disse a algumas frases atrás, chamar os amigos em casa para uma festa sem sexo, apenas uma festa. Trinta anos pesa, o telefone toca e as vezes desespera de uma forma tão banal por coisas banais.
Ele chega do trabalho cansado, não está com vontade nenhuma de fazer algo, cadê todo mundo? Cadê sua mãe aos trinta anos pra te trazer o jantar ou seu pai pra discutir futebol? São trinta anos.
Será que passa dos cinquenta? E então começam os cosméticos, os esportes inválidos e a vontade de ser um jovem baladeiro.
E se precipita demais, poderia ter trocado os trinta por quarenta e cinco, mas os trinta o fascinam.

E que mais pode fazer é esperar o tempo passar...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert.

O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça). O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse.

Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa por você. Ele olha para você como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem para você. Você está um caco, irreconhecível até mesmo aos seus próprios olhos. Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obsessão amorosa – a completa e implacável desvalorização de si mesma.

O fato de eu ser capaz de escrever calmamente sobre isso hoje é uma grande prova dos poderes de cura do tempo, porque não encarei os fatos muito bem quando estavam acontecendo mas tudo se supera.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Insatisfeitos 17/11


Um dia eu pensei como as coisas fluiriam, não só um dia, mas meses e talvez isso se configure em anos da minha existência frágil e ágil. Eu pensava em como tudo poderia acontecer com um excesso incansável de probabilidades e detalhes sórdidos. Nunca pensei em como morreria, mas pensei sempre com o que viveria e como seria cada encontro são da minha vida, e as loucuras foram muitas. Tantas, que das quais eu fiz muito para provar o que estava em mim, mas soube depois que no fundo elas pouco valiam.
Existe pouco de sanidade quando se ama alguém, você não pensa muito pra onde vai, apenas sonha, mas sonhar é bom, o ruim é saber que as ilusões são por fim ilusões. Matar ou morrer.
Um dia de tensão, entre o que eu sinto e o que eu estou disposto a fazer, parece fácil, mas não o é quando não mais está disposto a viver, esse é o certo.
As extremidades estão famintas já, não era hora de dizer, mas é necessário deixar bem claro antes que as coisas se explodão na escuridão sem ao menos serem explicadas de uma forma mais plausível.
Sei, mas é difícil, eu quero coisas que estão muito longes de mim, mas não impossíveis.
É esse tanto que perto de mim sinto nada. Eu sinto a sincronia dos pulsos, mas não dos corações, pode haver a mesma matéria que inaudita as veias, mas deveras não ser a mesma alma que rege os corpos
Sempre fui uma das pessoas mais seguras no que eu fazia, mas hoje essa segurança me falta, parece que como uma prega vocal que eu sinto vontade gritar e não posso, ela me falta.
Nossa. Como é uma dor indefinida e gostosa ao mesmo eixo, amar é esse extremo, não é estar em um lugar apenas, mas em dois, três, quatro, infinitos lugares ao mesmo tempo. Insegurança, amor, indefeso, tristonho, alegre , sorridente, calmo, sereno, explosivo.
Risadas sem graça ou com toda a vontade do mundo.


Sequências de inseguranças seguras, um paradoxo (in)perfeito de tudo que existe.

Mentiras 17/11

Não havia mais milagres, por onde andei nasceram ervas daninhas que tamparam todo o caminho de volta pra casa. Não quis colocar migalhas, pois apodreceriam no caminho e não existiam pássaros para comê-las mais tarde.
As únicas coisas reais que aconteceram nesse pressagio de tentação foi o amor, único e puro, que eu ainda sinto aos poucos quando o vento toca meus lábios, meu cabelo e meu corpo. Meus sonhos são ainda piores, há aquela dúvida de volta, aquele frio na barriga que te remói por dentro, e gritos de esperança forçada.
Nos sonhos esse amor vem junto com um beijo, depois sexo, e amor novamente, totalmente sério. É que eu já não tenho pra quem dizer essas coisas ou esses ventos incertos dentro de mim, a única que supostamente me resta é um coração todo indefinido de paixões conturbadas e pudor. Mas o que ainda me vem a mente quase todos os dias é a tentação, sim, chega a ser tentação de sentir, algum dia, o seu possível amor.
Retroceder não me trataria tudo de volta, melhor que nada acontecesse, jamais.

Estou oco por dentro, sem muito o quê escrever e sem histórias fantásticas pra amadurecer dentro de mim, por vezes suspeito que estou perdendo, cada vez mais, aquilo que me sustenta. Caótico. Bloqueado.
Romance ruim.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ilusão

De repente o telefone tocou, ele procurou desesperadamente o aparelho dentro dos bolsos até encontrar, com as mãos tremulas atendeu e com a voz embargada arriscou um 'Alô?', logo sua face corou, subiu sete tons e caiu os outros sete, olhou para um lado e para o outro, mas não viu nada. Algo o agarrou por trás, ele deixou o telefone cair e se espatifar em mil pedaços coloridos no chão que cintilava junto as vitrines. Não houve reação, ele esperava por esse abraço, procurava esse abraço, compraria outro telefone, mas não poderia comprar um abraço, nada comparava-se com aquilo que iria sentir.
As pessoas sentadas às mesas comiam assistindo aquilo tudo, algumas fascinadas, outras horrorizadas e outras satisfeitas. Mas nada podia abalar aquele íntimo, aquele gosto de terra molhada, a nostalgia de meses atrás, enfim, seu momento feliz.
Olhou para trás e viu, abriu bem os olhos para enxergar ainda mais e algo molhado rolou deles. Parece que ficaram horas ali, um olhando para a cara do outro, tão pertos, mas pareciam tão distantes, parados observando cada traço, cada lágrima que insistia em cair.
E por fim o sorriso, a poesia que retorce os lábios e mostra os dentes. A boca que salta em harmonia para consentir algo.

Não havia mais desespero, seu coração foi devagar, se repousaram um nos braços do outro e mais uma vez foram felizes ali mesmo, com alguns olhando sorrindo, outros horrorizados, entre mil pedaços brilhantes, vitrines e um chão que sustentava todo aquele peso que era amar.




Alessandro Ribeiro.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Presságio

De ver o que vem ou o que está por vir e ainda veio.

Não mais quero que fique triste ao ouvir as músicas que eu ouvia e que a gente sempre brigava pelo volume alto do rádio. Que os dias passem, mas passem e não reste nenhuma dor da qual faça ferir ainda mais. Sou grato, e fui ingrato por tanto que eu não fiz.
Presságio, é esse o nome, de algo um tanto estranho de estar próximo a acontecer.
Que as mesmas músicas façam sorrir, rir, dar gargalhadas das boas lembranças. E que tudo se resuma a amor, a uma coisa não vaga, sou eterno, aprendi isso com o tempo.
Nada mais.
Eu te amo mãe.
Eu voltarei.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Linhas que incidem .



Talvez carecidamente as linhas se cruzem no fim, vertigem e lucidamente, cada qual com uma impressão, saudável ou não. Falta pouco, depois as coisas se completarão.
Sou saudável, afável, um tanto presunçoso, e disponibilizado incansável para aventuras um tanto sexuais e banais (eu odeio o sexo) - que fique claro.
Não mais formarei conceitos inócuos para a minha destreza ou enfeitarei esdruxulamente, os textos corriqueiros, com palavras. Esperarei, por assim dizer, a vida me chamar, o amor me afagar a alma e dar três suspiros de morte próxima. Prefiro esperar incansavelmente e ter a esperança de uma espera esperada e uma possível ocorrência dos fatos que eu admiro, ou seja, fantasiar encontros.
Pra tudo isso me dei um tempo, me dei uma noção de vida da qual a muito eu não ousava fazer por simples medo de perder a sanidade e descrever mentiras da minha própria existência, covarde, talvez. E meu contra senso de estender as palavras para não dizer absolutamente nada.
Nesses H-I-A-T-O-S realmente não fiz nada que me convinha demasiadamente sério e proveitoso, mas me abstinei de vontades cotidianas e prazeres supérfluos, creio.
Mas e nos fins? Sim, nos fins, ainda espero a destreza das linhas como lanternas que nunca foram usadas em lugares que antes, também, nunca haviam visto a luz, seca, crua nua. Um primeiro contato horripilante de extremos. Uma mente virgem de prazeres e de inteligências multiplas.
Mas espero que se cruzem, e não voltem, mas que se renovem na fórmula de cada dia novo e de cada nova lanterna acesa no quarto mofado e escuro. Que seque.
Como encontros perdidos, enfeitados, inventados, secos, horripilantes, e cruzamentos de faixas de pessoas e de almas.
Vai além...













Alessandro Ribeiro
à G.

domingo, 22 de novembro de 2009

22/11

Passam os anos, as lembraças ficam. A cara e o corpo muda, a mente muda, o ser sonha depois cai e sonha de novo.
Mas um dia apaixona, ama e morre.
E assim nunca acaba

domingo, 8 de novembro de 2009

9

Esses Novembros que me enchem a cabeça e esses sonhos confusos que inauditos, resplandecem e depois caem como se tudo estivesse perdido. E está.
A começar pelo tempo que me sugere a mais dolorida nostalgia. Chuva. Essa coisa que vai caindo do céu em diferentes intensidades e molha tudo que está dentro de seu perímetro nebuloso e brilhante, que toca corpos e mais corpos. 00hs00. Toca almas por assim dizer, marca momentos, e depois, na verdade, não lava nada, só vai lavando a sujeira das sarjetas e o possível sangue de um possível acidente na rua. O resto são encontros das mesmas almas, sarjetas e ruas, talvez sangues que derramei por aí. E por olhar cada vez mais esses dias de céu nublado e o frio que toca cada parte dos corpos, cada fio.
Os sonhos correspondem a nostalgia, cada beijo, abraço e lugar vivido como se fosse real, e isso é muito ruim por causa do fim que as coisas tomaram. E o ponto de estar mentindo pra si mesmo. Cérebro idiota.
Tempo vem, não, só vai mesmo. Vai ao perceber que meus dias estão sendo contados em momentos, que daqui a pouco estarei com mais idade e fim. Isso serve bem pouco.
Pensar que você nasceu no dia 22 de algum Novembro é bom. Pensar que são os mesmos Novembros que te enchem o peito e te murcham a todo instante.








E o resto é amor de mãe, e o todo é amor de ex.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

3:45

Aquele mero jeito de proceder sempre foi o mesmo, reciclava o que sentia pois tudo chega, sim, a ser lixo, e até vinha aquele gosto que passei a sentir toda vez que era erro, gosto de morangos presos na gaveta cheia de mofo.
Nunca entendi o significado de estado mental confortado ou conformado, por tudo que acontece ao longo do tempo, posso entender por estado de graça e fascinação prévia. Ou seja: Inventar encontros. Remorso, não, pois é coisa que te deixa murcho por dentro, dói um tanto e continua latejar, nunca houve remorsos, é meio que: 'O que eu deixei de fazer pelos meus pais foi muito, mas agora estão mortos'.
É que com o tempo não se tem o que reciclar e a vida vai passando cada vez mais rápida, vai crescendo e aparecendo como-é-que-deve-ser. Ou quando te passa pela cabeça um, logo já vem dois ou cinco te inundarem o pensamento de tudo que você deixou ou nunca sentiu de verdade, e é bom saber que nada definitivamente deu certo.
Você fere e eu também consigo, por menos armas, por menos-faltas-de-atenção, você ou eu nos ferimos. Mas é quase rotina reciclar...
Lá fora continua a ter noites, talvez, estreladas, o que não me impede de deitar no meio da rua e começar a cantar, com meu inglês ralo, coisas que eu quero chorar.





E esperar pelo tempo de todos nós [...]

domingo, 1 de novembro de 2009

Preciso me acalmar antes que qualquer desejo vago me surpreenda entre esses suspiros pausados que eu venho dando com o tempo.
Tempo que um dia foi ruim, outro dia foi bom pois afinal foi tempo. Pausados suspiros e silêncios de espera, quem sabe até de fantasias.

domingo, 25 de outubro de 2009

Menores doses.

Tinham muitas mortes nos sonhos, despedidas intensas, choros soluçados e nada mais.
Houve também encontros ousados, felicidades inesperadas e nada mais.

Sabe, existe uma espera que você está disposto a sofrer. É, sofrer. Porque esperar independente do tempo dói muito e a dor aumenta ainda mais o que você sente, seja bom ou ruim. Intensidade. Doer do bem.
Um dia quando você põe fim a espera parece que ela não valeu tanto a pena, ou que era apenas uma ilusão, um mero sonho de criança ou um brilho qualquer nos olhos. Nada de se entender. Utopia.













Silêncio pra mim dói e não dói, é bom, é espera, existe nostalgia e expectativa, parece um diminuto diamante do que vem depois.

[e] Nada mais.



Ar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rg.

Não, eu não me encontrava satisfeito naquele momento.
De qualquer maneira eu esperava um sinal, uma pausa de medo e sucessão de acontecimentos, quem sabe eu andaria por uma rua escura e nua quando de repente você chegasse num carro preto jogasse ele contra mim e parasse bruscamente pisando forte nos freios e tampando a minha passagem. Eu esperaria em pânico até você abrir a porta e me gritar centenas de vezes pra entrar, então viria a chuva esconder minhas lágrimas e eu entraria pra ficar junto a seu peito.
Seria mais que bonito de se ver ou fazer nessa hora tardia demais, eu patético e em silenciosa espera. Eu a balbuçar que essas ausências me ressecam muito por dentro, que eu queria seu lado, seu calor, nossa libido.
Mas o que me resta por enquanto é inventar o nosso encontro, nada mais.

ar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

É meio que assim, você some de tempos em tempos, e essa espera, creio, fica mais dolorosa, sim, até o ponto que me sinto do seu lado, durmo do seu lado e respiro o mesmo ar presente...
Sonhos,
é esse extremo que me une a você, um pouco longe,
loucuras, eu até faria, mas, sei lá.
Independente do que eu penso e do que existe entre nós, eu te amo, melhor contar o que temos dentro do peito, é assim.

<G3 eu amo você


Ar.

sábado, 17 de outubro de 2009

Quando chegar a hora de partir

— Você compreende, não é, mamãe, que eu não posso gostar de você deste mesmo modo a vida inteira.




"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer."
(Clarice Lispector)




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Cidetismo,

capacidade de projetar no campo alucinatório as imagens inconscientes.

É isso, esse pedaço marcado na mente escondida, esse laço apertado que ainda insiste em folgar, dar brechas pra coisas indefinidas.
O que sente acaba virando um extremo de loucura sã.

sábado, 10 de outubro de 2009

Quase

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você."


Sarah Westphal

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

time

Faz bem imaginar que alguém possa te buscar no ultimo segundo e te salvar te tudo.






;*

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não se vê

Amor devia ser a possibilidade de depois que nos casarmos poder ter um cachorro, ora pra lhe dar comida, fazer afagos e ora dar banho e superar a sujeita à nossa volta. Mesmo sentimento de alumiação no rosto (cara de bobos) quando talvez seu sobrinho nasce ou seu irmãozinho consequentemente mais novo.
Mas há
controversas seríssimas.
Claro que quando se ama existe uma dor que a certo ponto pode ser incurável se você não usar daquilo que te faz sofrer (daquilo que te faz ter essa dor que não cansa) para que você ama. Complexo demais.
Devia ser óbvio demais antes dos 15 entender de amor, depois dos 16 viver amor e logo aos 25 morrer de amor.

Pois então que venha de amor mais simples que um cachorrinho novo, ou um bebê, que venha o amor como: Substantivo simples e abstrato

domingo, 4 de outubro de 2009

Vai dar merda. Eu sei.

O que há de saber o que existe entre o vão de palavras que são subsequentes e enfáticas? Quanta ironia concessiva e árdua ei de se expressar, com esse cardume de indagações hostis?
Ao bando de dementes que não sabem por qual razão existe a alma e nem por onde acabar e seguir para morrer-se.
Sonhar, morrer... dormir.
Dormir novamente, sonhar e morrer. Coração idiota que ainda pesa os extremos, os opostos e os iguais.

sábado, 3 de outubro de 2009

esquina .

Ouvia- me no espelho dizendo coisas, eu era ousado, havia o viscoso em meu sangue e eu latejava por mais, quando ele chegasse eu estaria pronto, estava pronto pra qualquer coisa, esperava mais.
Minha mente estava calcificada em algo sutil, porém verdadeiro, era o desejo que me corrompia a alma e fazia delírios salutares de prazer.
Vozes, são apenas o que ouço em minha mente, disperso, indeciso, formoso e me sentindo aliviado do peso de tudo.
Algo viscoso, mas duro, que fazia/faz meu coração bater .

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O próprio sonho não passa de uma sobra. - Cena II, Ato II - Hamlet

- Pegue isso e beba, não se ressalte pois pode ser pior. Conclua depois que te livrei da dor mental e terrena, que dilacera a alma, e a troquei por um copo viscoso de algo tinto e marcante. Não me venha dizer que lhe fiz por mal, pois mesmo nas minhas horas de loucuras eu aceitaria isso para não me ver vergonhosa-mente sedento mais infame e decadente de minha percepção ilógica-racional, que ao menos daria sentido próprio.
- Não, Senhor, olhai e veja o quanto sou merecedor disso...
- Só os vis não sabem do sabor que clareia qualquer coisa e me resvala os pensamentos.

Havia luz nos seus olhos... nos que andavam tavernos demais.




A todos, teu ouvido; a voz, a poucos; ouve opiniões, mas forma juízo próprio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

lá vem .

Tinha um tempo resolvido para dizer coisas que eu pensava sem parar, gostava além de tudo de monitorar e quem sabe até guardar cada sensação e um pensamento estranho. Cada período de sentimentos eu tinha um sonho, um dia viajar durante horas céticas para encontrar alguém [in]certo do outro lado do oceano (ou do meu oceano - havia um abismo entre mim mesmo -). De certo modo algo maior agiu dentro de mim, me expeliu como um feto mal desenvolvido e me mostrou na cara a verdade, não digo que foi ruim, mas eu pude ver realmente o abismo que existia. Era melhor que uma parte mal resolvida.
Claro que mais tarde sugiram muitos e muitos outros em o que realmente pensar, eu estava satisfeito de agir assim, e esperar um outro, quem sabe, bem mais tarde.
Esperar a noite toda para dizer se está tudo bem.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Coqueiros

Transitava inerte pela rodovia sem fim, a luz da lua batia num lado qualquer do meu rosto e minha mão levantava e abaixava tocando o vidro procurando um calor qualquer naquela luz gélida. Habitualmente eu me encostava no vidro e dormia até que eu chegasse em meu refugio feliz e visse que ele estava realmente ali, mas as coisas fluem mais quando se tem uma noite de lua cheia e um monte de coisas pra pensar.
Pensava em como ter uma conexão fixa entre um sonho de tempos atrás e o presente momento indeciso e indecifrável, buscava uma maneira surreal - enquanto observava as árvores passarem - de como ter novamente aquela sensação que um dia me deixou com um sentimento de metade-inteira. Queria que aquela luz me ajudasse. De certo modo tudo na minha vida se resolvera com o tempo, não posso negar que ainda existam ataques-de-nostalgia, pois é o que mais tenho, mas mesmo assim ainda consigo respirar algo resolvido preteritamente dentro de mim.
Sentado aos poucos consegui forjar o que eu queria sentir, foram uns segundos de exatidão, mas depois tudo passou e comecei a sentir um vento que cortava em meu rosto e me levava a acreditar que tudo passara realmente. Disperso ao chegar e caminhar na rua, fiquei feliz em perceber o que estava na minha frente: minha própria sombra vinha antes de mim...


então eu tinha mais razões para sentir a lua nua e fria.
Então era o fim...



e eu morri .

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

;

Daí penso em coisas bobas, de como fui me perder num olhar tão estranho, ou como fui perder minhas fotos, textos e músicas preferidas.
Daí penso coisas bobas, de como fui perder um pedaço da minha história. Vejo o meio, nem sim e nem não. Talvez, mas não me contento.
Meio do meu coração, metade do que sinto, inteiro do que penso, inteiro do que se perde.

mnar

terça-feira, 22 de setembro de 2009

yo; tu

Usa-se sem sonho, o que vem a caminhar nas noites escuras é o escuro, é o nada mostrando quem manda ou o que o futuro determinará. Imenso, indecifrável e supostamente perigoso.
Fala-se do ballet, eu vejo sonhos, não mais sonho nessa noite mas minha imaginação sonha com qualquer coisa que prese para prender-se na memória e esperança.
Seguro que mesmo depois vai chorar .

yo.

Quando leio coisas dos outros parece que eu absorvo certa particularidade, eu tenho medo de ler as coisas que meus amigos escrevem e passar a absorver isso demais, talvez acabo perdendo-me no que eles escrevem do que no que eu penso.
Esses dias de sol nublado e pôr de sol escondidos tem sido consideráveis, não consigo ler nada, minha mente trava e só pensa no amanhã. E pior é pensar que esse amanhã que tem um nome.
Pois pra mim ler certos autores deram-me uma particularidade, isso é fato, um jeito deslechado e relaxado de escrever e pensar, mas não ordinário, nada a algo comum.
Observar calado, não, observar questionando .



Não, não sou influenciado, palavra nova é absorver.

domingo, 20 de setembro de 2009

antes era legal

Correr pra bem longe e chegar a lugar nenhum, olhar pra trás e sorrir, olhar um pra cara do outro e sorrir mais ainda. No fim um beijo.
As ruas eram molhadas naquele tempo de fevereiro, eu tinha medo e você era meu único suporte entre o amor e o restante de vida, era bonito de se ver. Existia um abraço que cobria o mundo, mas só eu estava dentro dele, você foi esse mundo na verdade.
Na noite de fevereiro me mostrou um espelho quebrado, era sua causa, eu me vi e não pensei que um dia o espelho quebrado seria eu, estava tudo refletido. Mais tarde era só trocar e tentar esquecer... Não, eu continuo.
Difícil entender cada segundo que ainda tenho pra dizer algo que ainda não disse ter sentido, qualquer maneira que valha não uma volta, mas uma conversa com um abraço.
O fim do segundo final foi um beijo roubado e odiado, eu amava, mas também perdoava, aprendi com uma dor confinada essa tal faceta de perdoar e perdoar-se. É fácil quando na maioria das vezes se sente algo maior, isso é fato, hoje é, antes não.
antes era legal tentar realizar, e hoje?
é necessidade de cura .


amor, nada mais.

Eram noites,

esperava ansioso por qualquer razão vaga de qualquer coisa que me acordasse pra dizer um 'oi' ou até mesmo 'tudo bem'.
razão vaga de um dia partir e esperar, e ver que cada dia que passa mais aumenta qualquer coisa, também, de bom que existe dentro de você.
Qualquer partida e ruptura de um cordão é válida. Ruptura no tempo certo, aos poucos, ou algo bruto como um aborto.
Um dia as folhas caem, mas quando arrancamos, saem-lhe o sangue.

Foi na hora errada...

domingo, 13 de setembro de 2009

...

Não devia estar escrevendo, porque não se tem motivo pra isso. Faz o seguinte meu caro, escreve, rabisca, enche tudo com um nome de coisa inutil, mas depois não venha ler, é melhor assim.
Como quando se transa no escuro, escreve-se com tudo e se sente mais. Mas e na luz? Há como prever, mas ouso em imaginar tal faceta, tal vergonha, passa-se mal.
Fecha os olhos e tudo roda a seu redor, é bom pensar em tudo de uma vez e chorar quando tocam a sua música e a dele. Espera-se o bem.

Espera-se o bem.

sábado, 12 de setembro de 2009

sombras.

Espero que nunca alguém tenha pensado em falecer, nunca falecer, mas sim morrer. Falecer soa como uma coisa arrastada, continua e sofrida, é difícil se falecer hoje em dia, falecer seria como envelhecer cada dia que passa. Não se mais contam os dias em que a pessoa viveu, mas quantos dias ainda faltam para ela morrer. Um dia a menos.
Morrer é efêmero, todos dias, essa efemeridade é positiva, rápida, nem se vê e talvez não se sente. Da mesma forma que um dia já dizemos que queríamos morrer, foi efêmero.
Estranho pensar em morte ou envelhecer quando se está são. Bebidas me atrairiam a dizer sobre isso, mas é o tempo.



'Deixo a vida como deixo o tédio'

Álvares de Azevedo

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pedaços.

Talvez você estivesse lá,

Era de algo que eu precisava, um dia eu ainda andei rua a dentro, caia uma chuva fina e fria nos meus lábios, eu olhava pra cima e via os postes com uns riscos a cortar sua luz. Eu andava.

Importava-me chegar a qualquer lugar, talvez você estivesse lá me esperando pra seguirmos juntos debaixo da chuva. Seria bonito um casal numa noite escura e húmida.

São os dias cinzas, sempre foram. É mais fácil quando se tem alguém por perto.

Sonhei que juntava bloquinhos de lego pra formar um muro, mas depois virou uma casa. Tinha grama verde, teve homens andando nela.

Isso é nostalgia.


Lembrei por uns instantes das minhas vidas de infância. Era sempre mais de uma. Uma vida de infância pode se tratar de uma história mal contada e mal contada sem vontade. Espera-se o completo em histórias da minha infância. Mas uma apenas basta.

O que mais valia era cor que se tinha, e o brinquedo que se brincava. Nunca fui nessas coisas de grupo, eu queria mandar, isso era certo. Mas nenhum me seguia, preferência não era algo que tinham por mim, talvez fosse ânsia de tentar algo superior. Minha criancice se resumia a assistir desenhos de que hoje as crianças não assistem mais. E contar história pra mim mesmo durante uma tarde toda. Era fácil imaginar coisas malucas durante a noite, e se remoer de remorso infantil das coisas inúteis que eu pensava.

Alefante”, assim eu queria que fosse. Lembro da época de cheiro de terra molhada e coelhos correndo nos campos, eu fui feliz por saber o que isso significava pra mim, feliz também ao fazer uma pipa que levantava voo e logo caia.

Um dia eu aprendi coisas muito úteis, mas creio que esqueci completamente.

O natal não tinha vida, não me motivava a pensar que um velho que não sei da onde, que nem eu conheço direito, viesse de um lugar tão longe pra satisfazer meus desejos tão infantis. Natal era um tapete vermelho e torcer, para qualquer primo seu levá-lo pra ver vitrinas e luzes que piscam sem parar.

Mas tinha hora que as coisas paravam, tudo apaga algum dia. Eu queria contar o que fosse verdadeiro, mas e o tempo?

Um dia eu escutei as gotas caindo, esperei por vontade ou sem vontade, mas ainda não morri. Deve ser por isso que ainda lembro de pouca coisa que me retêm em tudo. Depois que se cresce as coisas mudam.

Vem choro, vem noites que não se dorme, vem coisas que não sentia. Era bom ter um amor, mas um belo dia a gente sorri pra ele e depois o mata. Fim. É bom também ter desespero em tudo, de pensar, amar, chorar, ficar longe, a gente se liberta e se assegura.


Tinha uma espera significativa que um dia as coisas certas chegariam, é bom saber que pode-se criar laços na cabeça e histórias que ninguém pode ver, ou se quer imaginar igual. Um dia houve Lucas, outro dia Mateus, João, Victor, outros e se chega em Giovani, não esquecemos do Bruno, cada um tinha um dia, um espaço, uma hora na mente.

As vezes nas manhãs e noite se tem o choro.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

vista

Era melhor ter a certeza de que nunca ia voltar do que aquela ponta de esperança que acabaria com ele em um tempo delimitada-mente ordinário.
Alguns tinham pressa, mas não podia mentir pra si mesmo, aquilo demora, ainda mais quando se está perto do impossível-possível. Nada mais alimenta, tudo ainda é empurrado sem certeza alguma pela barriga.
Deixou de ser certeza e passou a ser necessidade, tanta necessidade que se fala hoje. Necessário de nada, e vazio de tudo que existia por perto.
Talvez uma música mais calma, tarde.

Medo.

domingo, 30 de agosto de 2009

Eterno

Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Caia o sentido

Entender de tudo um pouco é fácil, mas e as pessoas?
A pior coisa é entender-se.
Está aqui uma coisa que aos poucos se desperta, mas você acaba não tendo tempo para acompanhar as pessoas que estão de certa maneira ligadas no seu mundo mal entendido.
Sabe quando uma coisa aperta e de repente o coração desperta e tudo se torna claro? Essa é a impressão.
Existem pessoas como você ou com você, prefiro as que ficam com você, são mais fáceis de se conviver e fazer parte da vida. Vamos pra fora beber, esquecer o mundo que nos acerca e prende.
Seu sonho existe?
Faça valer, porque até todo o lixo do mundo por alguém será lido e repetido. Quem sabe numa mesa de bar ou numa sarjeta cheia de sangue da noite passada, ou na calçada sendo limpa pela dona de casa que acabou de acordar.
A vida é breve, meu caro, tão breve que parece que ferve e se vai, as lembranças não são mais do que o vapor perdido numa imensidão de ar, de uma coisa vaga e sem sentido, mas que sustenta seus pulmões e faz seu coração bater. Não existe forma como a maioria pensa, nem sina, e nem do que temer. Mas aconselho temer, quem teme ama. Amar pode ser uma ótima escapatória da vida monótona e decadente.
Mas ame quem te ama .


But why should I for others groan, when none will sigh for me?
Childe Harold, I.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

1+1=3

- Levanta as mangas da sua blusa?
- Não!
- Porque você fez isso, dessa vez ?
- Era medo, eu não lembro.
- Está gostando de alguém?
- Não, não te interessa.
- Ao menos pensa que ama, não é isso?
- Cala a boca, deixa eu em paz, já me basta todos lá fora, ainda tens que falar tanto?
- Pelo menos o suficiente.
- São, não queria ser assim.
- Você queria ser esse demente que te toma no peito e faz você rasgar-se por ele?
- Você não entende, cala a boca.
- Se mata de uma vez.
- Isso não é digno.
- Você é digno?
- Talvez...


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

nada .

Sei de muita coisa que posso, mas não sei do meu limite, não sei do meu medo. Tinha umas luzes ali na minha frente, encarei todas como um sinal colorido, mas depois fiquei medonho, tive um desconforto por sinais, mas no fim me perdi do que dizia. Fui interrompido com batidas nas portas e janelas, e no fim percebi que era o vento, mas eu não podia ver, como sempre, eu nunca havia visto o vento, ele apenas plausivelmente me tocava, me mantinha errôneo e me dizia.


(...)lembro das crises de choro, das crises risonhas de sangue, e das crises de risos. Minha ingenuidade era a coisa mais bela que eu tinha, mas acabou conhecendo os homens.

nada .

A carne se acomoda e muda, está ali, constante e inconstante naquilo que a alimenta, mas a razão vai além, queria uma armadura mais leve, que pudesse entrar nos sonhos de criança e de juventudes que não existem mais. É fácil, nada sobre nada.

Na madrugada tudo parece fazer sentido, até o canto das corujas. Procuro até algum sentido vago nas coisas que eu tento decifrar, tento passar, mas quando o dia nasce tudo some, até o mais genial, até o mais banal, nada mais existe.

Até os sonhos com a luz do sol vão sumindo na memória, vão pro esquecimento total, talvez só em outras madrugadas lembremos-nos deles como antes.

Não tão fácil, juntarei esses pensamentos que transcendem da minha cabeça, fazem mais sentido, assim, na madrugada. Nunca, talvez, os ousem ler de forma a ser clara e objetiva, eu sinto que vai mudar, sim.

M.N.


Quando entramos no quarto tiramos nossas camisas com uma fome enorme de saudade e depois as calças, nos deitamos na cama e começamos a nos beijar, logo em seguida jogaram camisinhas pela fresta da porta e rimos, aquele momento foi engraçado, sorrimos um para o outro. Depois voltamos a nos beijar ferozmente, sentimos todo aquele fervor que nos tomava conta, e por fim tiramos as nossas cuecas.

Acariciávamos, roçávamos os rostos, fizemos quase tudo naquele quarto a luz do luar, apenas as estrelas nos observavam, foi tudo muito perfeito pra ter um fim na manhã seguinte.

No meio da noite quando estávamos sem fôlego, realmente quebrados, acendi a luz e peguei dentro da minha bolsa uma carta, dei a ele e começamos a ler, neste momento meus olhos se encheram de lágrimas e chorei, foi uma carta rabiscada pelo coração, nela conseguiu mostrar de verdade o que eu sentia por ele, que não mais sinto. Ele enxugou minhas lágrimas e então me fez juras eternas de amor, chorou feito bobo. Tudo foi amor, como eu tinha planejado, apagamos as luzes e fomos ver a lua que se tornou testemunha de tudo aquilo que soava tão distante (...)

...

Eu estava pensando em coisas estranhas, tive sonhos estranhos por esses dias, queria era chorar, mas sei lá, isso já saiu de mim a tanto tempo que nem é válido, vago.
Talvez eu tenha sonhado bastante que alguém fosse vir me salvar de não sei o que, e que me amasse e não me amassasse em coisas que eu julgo viver. Sabe futuro? Eu queria tentar pensar em algum.

sábado, 22 de agosto de 2009

Quando partires ...

"Por trás da palma da mão contra o peito, por trás do pano da camisa entre massas de carne entremeadas de músculos, nervos, gorduras, veias, ossos, o coração batia disparado. Você vai me abandonar – repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone – e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o daqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida em silêncio no prato."

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Cutting .


Talvez eu seja cínico o suficiente pra falar que não fiz por bem, mas nem sou, eu fiz por bem.
O pior é esperar, esperar sem nunca achar algo que nos completa e quando parece que pensamos ter achado esse alguém ele some, rejeita ou de certa forma se desmaterializa diante daquela visão de mundo e sonhos perfeitos que temos um dia, mas o que permanece são os sentimentos...
Julgo-me assim, um cara sem muito o que fazer da vida se não estudar, passo o dia entre livros, mentes decadentes e histórias com finais estranhos.
É difícil dizer quando quer e quanto vai querer, talvez nada ou uma simples alegria, um sorriso bobo, ou até uma conversa de msn que pode te salvar de todo o resto. Também noto quão estranho é chorar por motivos que só a gente entende porque o mundo de repente se desprende, parece que nunca vai voltar.
Agora foi um sonho, alguns dias de calma que eu esperei, dias de amor.
A espera foi digna de valor.

Porque no fim as regras são as mesmas, não por ser um jogo, mas um destino que sempre se repete . i love you so

O que há em mim ?

Melhor eu parar de negar, caminhar com toda essa abominação, isso não se desfaz. Vou aprender, quem sabe, a me querer de um modo sem impacto, seguir as coisas que eu não quero encarar.
Tentei, discutir paz, desejo e querer.
Deixemos a fúria domada de lado, eu vou lá tentar sofrer mais um pouco, porque ainda não sou tão vil e suficiente pra gostar.
Não é que os braços sangram, eles apenas sentem tudo que há em mim.

De um tempo distante...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

São <3

Mais uma gota desce e sei dos motivos, são vários. Você, principalmente.
Não queria acreditar muito no que estava acontecendo, mas uma hora desabamos em nós mesmos, eu tinha que ter uma certeza do que parecia mais óbvio. Agora se é tarde eu não sei, diz que vai ficar pelo menos mais um dia pra que assim eu pense que a saudade foi embora.
Eu andei pelas ruas e me senti tão vazio de coisas que acreditei e que quando falei com você não tinham sentido algum, eu queria poder explicar... Estou sem tempo, sem vontade de parecer mais um boboca, mas parece que vale a pena.
Mesmo quando não estiver tão perto, eu estarei, lembrarei que me ouvi dizer o quanto eu fiz, me importei, sonhei pra te ter bem ali nos meus braços.

Mas agora é necessário ir ...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ignorância

Que façam um resumo da minha vida, de grandes rabiscos e projeções. Acrescentem por favor um ardor de um coração sadio, sintam a liberdade, desfrutem da timidez ousada e da criança que fantasia.
Ainda conte dos casos de ilusão apraz de uma situação atoa. E vegetem o caótico, o intenso, o quase homem inteiramente fora da realidade da vida que pareço ser.
Junte a assembleia de ideias que só minha mente carente, talvez cadente, tem.
'E o esqueça pelas coisas que fez,
e só o lembre pelo que sentiu...'




PS: Gratifiquem-no por como viveu, o que significou a cada um e cada eu. Brindem a sua chegada, a sua partida e matem-no de tanto amar. Esse é o segredo do ato .

sábado, 15 de agosto de 2009

G vs. A

Já não era uma procura normal, chegou a ser desespero, desespero por um carinho, um amor, um alguém pra se estar abraçado 24hs por dia, quem sabe.
E motivos?
Tinhamos vários, o principal era nos conhecermos,

realmente .

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Desconfiança

Foram aqueles lábios de sabor amargo que me mantiam distante , eu pensava em tudo menos naquela boca amarga de whisky. Pensava em outros lábios que eu lembro ter tocado em outras oportunidades, os lábios que um dia eu tinha amado, uns que eu toquei por simples prazer e lábios embriagados.
Mas mais que aquele gosto amargo, o que incomodava era a poeira que cada vez mais se acumulava e acabava consumindo o que eu ainda nem estava disposto a sentir, e talvez o que eu ainda nem quero.
Estava com os olhos abertos ...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ódio



Eu não tenho muito o que dar num momento de loucura, quem sabe o que eu sinto. Essa loucura presa que do nada cria asas e se acalma .
Eu não devia ter deixado você ir chegando cada vez mais perto e depois acabar comigo de uma vez só.



Vou ali achar a minha fonte escondida, meu corpo não, mas minha mente suporta esse remédio de alegria.

...contentamento descontente

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

thinking

Ele admira olhar os albúns, diz a melhor foto e qual não gosta.
Isso me trás nostalgia,
é como um sentido vago mas que completa.
tenho tantos tropeços nas palavras mais simples, depois corro pra longe e penso no que fiz.
já passaram 4 páginas de coisas sem sentido, sem muito o que dizer, apenas coisas pra encher aquele caderno cinza. Fogo.

É mais intacto do que antes, nem sempre sei no que acreditar.

um sorriso alimenta...

sábado, 1 de agosto de 2009

Sinto que meu corpo esta quente, deve ser o álcool que me apossou. estou inerte ao que vem de fora, ao que vejo. Chorei por tantos motivos inúteis e pedi a vez certa de chorar. Eu queria um lugar, alguém, eu me sentiria por inteiro como numa noite quente de verão.
Minha respiração vai acabando aos poucos, é que eu devo partir de algum modo, mas não tenho certeza disso. tenho o medo .
Ao menos saem lágrimas daquilo que eu chamo de olhos, que um dia viram o amor passar a frente. Se isso parar de soar ou bater serei feliz ...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Borboletas na Gaiola

Corri os olhos para trás e vi o que eu mais temia, eu temia se confrontar em saber se o que eu sentia era algo que continuava intacto, mas isso era difícil de prever.
nenhuma reação me ligou, só meus olhos que começaram a vidrar e meus ouvidos começaram a ouvir uma voz rouca, por dentro eu gemia de ilusão, de tormento, de vil sentimento. Até que pude então perceber, o silêncio de mim mesmo consumia... gritava mais alto, consumia e sumia.
Fine,
a única palavra que disse, e mais nada, me calei. Não queria dizer nada, ao menos queria estar ali passando por tudo aquilo de novo, era uma prova, não foi atoa.
Vi as diferenças e depois olhei pra mim mesmo e não notei nada, um ano e eu o mesmo preso dentro do vil sentimento. eu estava pronto pra voar, me jogar e limpar a lama a qual me sujei, mas parecia que eu estava ali pra respirar o mesmo ar e tentar me enxergar de forma banal e nostálgica.

Mais grosseiro que o ar e mais
interativo que o vidro. era só isso.

Foi a prova de que tudo depois ia se tornar um pouco melhor


Aquele homem veio com o coração apertado, um pouco distante. Vira aquela menina desconsolada, chorando por saber o que tinha perdido nessa vida. Chegou um pouco mais perto, secou as lágrimas da menina, aliviando um pouco a sua dor: " Dias melhores virão". Só isso a vida lhe ensinara a dizer, quando de seus olhos marejados de lágrimas uma gota rolou em seu rosto, marcando aquela dor que vinha de dentro e se passava para fora.
Foi assim que eu pude ver o quanto...


O jovem


Andava entre as teclas
O que procurava?
Alguém...
Ele procurava ninguém
Ele falava coisas legais

Precisava se distrair
Precisava de um novo motivo pra lutar
Não, ele não queria sofrer
Estava no primeiro dia de felicidade
Logo não queria mais sofrer

E as teclas tocaram nosso coração
Com o dedilhar de palavras sinceras
Eu ofereci ao meu encontro
E então, aceitamos

Nós falamos por um tempo
Enquanto tomávamos o vento - acho que chove....

Que poesia é esta que conta uma história?
Que poesia é esta sem rima nem métrica?

Não sei

Sei apenas que quando vi aquele jovem sorrindo
Pensei nos motivos que o levavam a crer
Mas ele sorria
Falava orgulhoso do sentimento
Sorria e me abraçou quando dei lhe meu amor


Aquele sorriso
Aquilo era poesia.....