sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

30

Ele tinha trinta anos, talvez a idade de ser feliz, ter filhos, sair com a mulher ou transar longamente com qualquer um em uma sexta-feira a noite. Mas não, trinta anos é sua idade existencial, pesa o sexo, a presença, os encontros, pesa agora do que foi feito e o do que será daqui em diante.
Pronto, fica triste, seu álibi não esta quando precisa, está distante e ousa em ligar e convidar para tomar um bom vinho e depois cama. Claro, transar longamente com qualquer em uma sexta-feira a noite. E não, sequer imaginar em ter filhos, mas quem sabe, podia adotar um.
Decidir-se, como disse a algumas frases atrás, chamar os amigos em casa para uma festa sem sexo, apenas uma festa. Trinta anos pesa, o telefone toca e as vezes desespera de uma forma tão banal por coisas banais.
Ele chega do trabalho cansado, não está com vontade nenhuma de fazer algo, cadê todo mundo? Cadê sua mãe aos trinta anos pra te trazer o jantar ou seu pai pra discutir futebol? São trinta anos.
Será que passa dos cinquenta? E então começam os cosméticos, os esportes inválidos e a vontade de ser um jovem baladeiro.
E se precipita demais, poderia ter trocado os trinta por quarenta e cinco, mas os trinta o fascinam.

E que mais pode fazer é esperar o tempo passar...

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