segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Linhas que incidem .



Talvez carecidamente as linhas se cruzem no fim, vertigem e lucidamente, cada qual com uma impressão, saudável ou não. Falta pouco, depois as coisas se completarão.
Sou saudável, afável, um tanto presunçoso, e disponibilizado incansável para aventuras um tanto sexuais e banais (eu odeio o sexo) - que fique claro.
Não mais formarei conceitos inócuos para a minha destreza ou enfeitarei esdruxulamente, os textos corriqueiros, com palavras. Esperarei, por assim dizer, a vida me chamar, o amor me afagar a alma e dar três suspiros de morte próxima. Prefiro esperar incansavelmente e ter a esperança de uma espera esperada e uma possível ocorrência dos fatos que eu admiro, ou seja, fantasiar encontros.
Pra tudo isso me dei um tempo, me dei uma noção de vida da qual a muito eu não ousava fazer por simples medo de perder a sanidade e descrever mentiras da minha própria existência, covarde, talvez. E meu contra senso de estender as palavras para não dizer absolutamente nada.
Nesses H-I-A-T-O-S realmente não fiz nada que me convinha demasiadamente sério e proveitoso, mas me abstinei de vontades cotidianas e prazeres supérfluos, creio.
Mas e nos fins? Sim, nos fins, ainda espero a destreza das linhas como lanternas que nunca foram usadas em lugares que antes, também, nunca haviam visto a luz, seca, crua nua. Um primeiro contato horripilante de extremos. Uma mente virgem de prazeres e de inteligências multiplas.
Mas espero que se cruzem, e não voltem, mas que se renovem na fórmula de cada dia novo e de cada nova lanterna acesa no quarto mofado e escuro. Que seque.
Como encontros perdidos, enfeitados, inventados, secos, horripilantes, e cruzamentos de faixas de pessoas e de almas.
Vai além...













Alessandro Ribeiro
à G.

domingo, 22 de novembro de 2009

22/11

Passam os anos, as lembraças ficam. A cara e o corpo muda, a mente muda, o ser sonha depois cai e sonha de novo.
Mas um dia apaixona, ama e morre.
E assim nunca acaba

domingo, 8 de novembro de 2009

9

Esses Novembros que me enchem a cabeça e esses sonhos confusos que inauditos, resplandecem e depois caem como se tudo estivesse perdido. E está.
A começar pelo tempo que me sugere a mais dolorida nostalgia. Chuva. Essa coisa que vai caindo do céu em diferentes intensidades e molha tudo que está dentro de seu perímetro nebuloso e brilhante, que toca corpos e mais corpos. 00hs00. Toca almas por assim dizer, marca momentos, e depois, na verdade, não lava nada, só vai lavando a sujeira das sarjetas e o possível sangue de um possível acidente na rua. O resto são encontros das mesmas almas, sarjetas e ruas, talvez sangues que derramei por aí. E por olhar cada vez mais esses dias de céu nublado e o frio que toca cada parte dos corpos, cada fio.
Os sonhos correspondem a nostalgia, cada beijo, abraço e lugar vivido como se fosse real, e isso é muito ruim por causa do fim que as coisas tomaram. E o ponto de estar mentindo pra si mesmo. Cérebro idiota.
Tempo vem, não, só vai mesmo. Vai ao perceber que meus dias estão sendo contados em momentos, que daqui a pouco estarei com mais idade e fim. Isso serve bem pouco.
Pensar que você nasceu no dia 22 de algum Novembro é bom. Pensar que são os mesmos Novembros que te enchem o peito e te murcham a todo instante.








E o resto é amor de mãe, e o todo é amor de ex.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

3:45

Aquele mero jeito de proceder sempre foi o mesmo, reciclava o que sentia pois tudo chega, sim, a ser lixo, e até vinha aquele gosto que passei a sentir toda vez que era erro, gosto de morangos presos na gaveta cheia de mofo.
Nunca entendi o significado de estado mental confortado ou conformado, por tudo que acontece ao longo do tempo, posso entender por estado de graça e fascinação prévia. Ou seja: Inventar encontros. Remorso, não, pois é coisa que te deixa murcho por dentro, dói um tanto e continua latejar, nunca houve remorsos, é meio que: 'O que eu deixei de fazer pelos meus pais foi muito, mas agora estão mortos'.
É que com o tempo não se tem o que reciclar e a vida vai passando cada vez mais rápida, vai crescendo e aparecendo como-é-que-deve-ser. Ou quando te passa pela cabeça um, logo já vem dois ou cinco te inundarem o pensamento de tudo que você deixou ou nunca sentiu de verdade, e é bom saber que nada definitivamente deu certo.
Você fere e eu também consigo, por menos armas, por menos-faltas-de-atenção, você ou eu nos ferimos. Mas é quase rotina reciclar...
Lá fora continua a ter noites, talvez, estreladas, o que não me impede de deitar no meio da rua e começar a cantar, com meu inglês ralo, coisas que eu quero chorar.





E esperar pelo tempo de todos nós [...]

domingo, 1 de novembro de 2009

Preciso me acalmar antes que qualquer desejo vago me surpreenda entre esses suspiros pausados que eu venho dando com o tempo.
Tempo que um dia foi ruim, outro dia foi bom pois afinal foi tempo. Pausados suspiros e silêncios de espera, quem sabe até de fantasias.