domingo, 20 de dezembro de 2009

Gonna be okay

Não, é apenas um objeto. Aquilo que corre, deita e chora por ti, aquilo que quer ter o mínimo carinho em vida possível para guardar por toda essa eternidade frágil.
Ainda sente o cheiro, o beijo de cada lábio dado, cada noite encostado acariciando o rosto e um sorriso. E de repente espera mais, mais que um beijo dentro de um carro em movimento nos movimentando para a perdição, mais nada. Cada carícia um calafrio, cada vez um torpor, cada toque a sensação que vai perdurar, mas que também vai se perder como pó algum dia, alguma hora - essa noite.
Apenas objeto, que está ali parando enquanto acaricia outros, tenta beijar outros, fala com outros e despreza. Corre, grita, vai no banheiro e chora. E finjo satisfação.
Sorri, senta na sacada, pensa que tem história e diz que no começo estavam felizes, antes da festa começar, mas que depois por alguma razão isso se foi.
"E você que queria tanto...".

Nada de romances, que isso fique bem claro, mas quero você por lá.

Vai pra casa, faz tudo o que não devia fazer e volta para o lugar de onde não devia ter ido. Procura, grita, corre, vai e depois volta. Decide como num passe de mágica o que é melhor, porém vai doer, vai contrair, vai se esmagar como um aborto dentro de você mesmo. Aquela coisa vomitada.
E aceito todos os cigarros, as bebidas, as drogas, os telefonemas dos amados, dos amantes, dos amigos, dos apenas-sexo, tudo mesmo. Exerço meus mais sórdidos limites só para ver aquele olho que não me sorri, aquela boca que não me quer, aquele corpo que me abraça, que me coloca em tentação e depois recua. - Só quero estar perto em estado de admiração...

No fim só é cada vez mais preciso aquele que te beija,
que te afaga,
que te chora,
que te grita,
que te despreza

e de que não te ama.

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