quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pedaços.

Talvez você estivesse lá,

Era de algo que eu precisava, um dia eu ainda andei rua a dentro, caia uma chuva fina e fria nos meus lábios, eu olhava pra cima e via os postes com uns riscos a cortar sua luz. Eu andava.

Importava-me chegar a qualquer lugar, talvez você estivesse lá me esperando pra seguirmos juntos debaixo da chuva. Seria bonito um casal numa noite escura e húmida.

São os dias cinzas, sempre foram. É mais fácil quando se tem alguém por perto.

Sonhei que juntava bloquinhos de lego pra formar um muro, mas depois virou uma casa. Tinha grama verde, teve homens andando nela.

Isso é nostalgia.


Lembrei por uns instantes das minhas vidas de infância. Era sempre mais de uma. Uma vida de infância pode se tratar de uma história mal contada e mal contada sem vontade. Espera-se o completo em histórias da minha infância. Mas uma apenas basta.

O que mais valia era cor que se tinha, e o brinquedo que se brincava. Nunca fui nessas coisas de grupo, eu queria mandar, isso era certo. Mas nenhum me seguia, preferência não era algo que tinham por mim, talvez fosse ânsia de tentar algo superior. Minha criancice se resumia a assistir desenhos de que hoje as crianças não assistem mais. E contar história pra mim mesmo durante uma tarde toda. Era fácil imaginar coisas malucas durante a noite, e se remoer de remorso infantil das coisas inúteis que eu pensava.

Alefante”, assim eu queria que fosse. Lembro da época de cheiro de terra molhada e coelhos correndo nos campos, eu fui feliz por saber o que isso significava pra mim, feliz também ao fazer uma pipa que levantava voo e logo caia.

Um dia eu aprendi coisas muito úteis, mas creio que esqueci completamente.

O natal não tinha vida, não me motivava a pensar que um velho que não sei da onde, que nem eu conheço direito, viesse de um lugar tão longe pra satisfazer meus desejos tão infantis. Natal era um tapete vermelho e torcer, para qualquer primo seu levá-lo pra ver vitrinas e luzes que piscam sem parar.

Mas tinha hora que as coisas paravam, tudo apaga algum dia. Eu queria contar o que fosse verdadeiro, mas e o tempo?

Um dia eu escutei as gotas caindo, esperei por vontade ou sem vontade, mas ainda não morri. Deve ser por isso que ainda lembro de pouca coisa que me retêm em tudo. Depois que se cresce as coisas mudam.

Vem choro, vem noites que não se dorme, vem coisas que não sentia. Era bom ter um amor, mas um belo dia a gente sorri pra ele e depois o mata. Fim. É bom também ter desespero em tudo, de pensar, amar, chorar, ficar longe, a gente se liberta e se assegura.


Tinha uma espera significativa que um dia as coisas certas chegariam, é bom saber que pode-se criar laços na cabeça e histórias que ninguém pode ver, ou se quer imaginar igual. Um dia houve Lucas, outro dia Mateus, João, Victor, outros e se chega em Giovani, não esquecemos do Bruno, cada um tinha um dia, um espaço, uma hora na mente.

As vezes nas manhãs e noite se tem o choro.

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