Transitava inerte pela rodovia sem fim, a luz da lua batia num lado qualquer do meu rosto e minha mão levantava e abaixava tocando o vidro procurando um calor qualquer naquela luz gélida. Habitualmente eu me encostava no vidro e dormia até que eu chegasse em meu refugio feliz e visse que ele estava realmente ali, mas as coisas fluem mais quando se tem uma noite de lua cheia e um monte de coisas pra pensar.
Pensava em como ter uma conexão fixa entre um sonho de tempos atrás e o presente momento indeciso e indecifrável, buscava uma maneira surreal - enquanto observava as árvores passarem - de como ter novamente aquela sensação que um dia me deixou com um sentimento de metade-inteira. Queria que aquela luz me ajudasse. De certo modo tudo na minha vida se resolvera com o tempo, não posso negar que ainda existam ataques-de-nostalgia, pois é o que mais tenho, mas mesmo assim ainda consigo respirar algo resolvido preteritamente dentro de mim.
Sentado aos poucos consegui forjar o que eu queria sentir, foram uns segundos de exatidão, mas depois tudo passou e comecei a sentir um vento que cortava em meu rosto e me levava a acreditar que tudo passara realmente. Disperso ao chegar e caminhar na rua, fiquei feliz em perceber o que estava na minha frente: minha própria sombra vinha antes de mim...
então eu tinha mais razões para sentir a lua nua e fria.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
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